De uma luta pessoal a um propósito com sabor e liberdade

A obesidade foi, de longe, a fase mais difícil que enfrentei. Talvez seja assim para todos que sofrem com o excesso de peso, afinal, quantos tentam emagrecer inúmeras vezes e não conseguem? É uma luta diária e silenciosa.
Desde a infância, vivi cercada de dietas insustentáveis e sem sucesso. Para mim, existiam apenas dois tipos de pessoas: as felizes e as que faziam dieta.

Não bastava lidar com o olhar crítico e triste diante do espelho todos os dias. A obesidade te rouba a paz. Você luta contra o próprio corpo, que insiste em armazenar gordura; contra a mente, que pede prazer o tempo todo; e contra si mesmo, tentando equilibrar o desejo de mudar com o impulso de desistir.

É uma batalha constante contra a vontade de comer, contra a frustração de não vestir o que quer, contra o medo de ousar, provar e ser. E ainda há a luta com o olhar dos outros: os palpites, críticas, “dicas” e até as piadas, aquelas das quais a gente ri para disfarçar, mas que machucam profundamente.

Mas, de todas as batalhas, a maior sempre foi com a comida.

Como trocar o prazer imediato de comidas calóricas, açucaradas e gordurosas por algo que, à primeira vista, parece sem graça e sem sabor?

Cresci numa época em que “dieta” significava comer biscoito de água e sal, evitar a gema do ovo, considerar gelatina diet uma sobremesa e olhar para um prato composto apenas por alface e um bife feito na água. E o café da manhã… esse era o mais difícil. Começar o dia sem sabor já era o prenúncio de um dia inteiro de frustrações.

Tudo mudou quando conheci uma estratégia alimentar que me permitiu emagrecer comendo bem, com sabor, prazer e equilíbrio. Pela primeira vez, a dieta não era um castigo, era uma escolha possível. Mesmo quando eu saía dela, não havia sofrimento em voltar, porque a comida da rotina também era gostosa.

A minha parceira nessa jornada

Como a obesidade era algo presente na minha família, minha irmã me apresentou um novo estilo de vida: uma alimentação com baixo consumo de carboidratos, mas cheia de possibilidades. Encaramos essa jornada juntas.

Na época, eu era arquiteta; ela, farmacêutica. Ambas dominadas pela obesidade e pelos vícios alimentares. Quando vencemos essa fase, a superação transbordou para todas as áreas da nossa vida.

Hoje empreendo no ramo da alimentação saudável, e ela se tornou nutricionista.
Juntas, desenvolvemos receitas incríveis para tornar a dieta não apenas possível, mas prazerosa.

Por sempre valorizar os momentos de café e amar a pausa do café da manhã, no início desse novo estilo de vida eu tinha dificuldade em encontrar algo gostoso e saudável para comer. Então criei, para o meu próprio consumo, uma granola feita apenas de nuts e sementes.

Como sempre compartilhei meu estilo de vida nas redes sociais, as pessoas começaram a se interessar por aquela granola. O que nasceu para tornar nossas manhãs mais leves e saborosas passou a despertar o desejo de quem nos acompanhava.

E foi assim que o meu momento de pausa se transformou na Pausei.

Aprimoramos a receita, ajustamos detalhes, deixamos tudo ainda mais crocante e demos nome à granola que representa nossa história: a possibilidade de comer sem culpa, sem trauma e sem pressa.

Todos os dias espero que cada pessoa que conheça a Pausei possa sentir, em cada pedacinho crocante, um pouco do que carregamos na bagagem: sabor, liberdade e propósito.